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Mostrando postagens de abril, 2008

El Estado y el Texto / O Estado e o Texto

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español -  Es el texto el enemigo del Estado. ¡No, por supuesto que no! El estado está en función del Texto, el Estado es para sostener el Texto, es por eso que en contrapartida para ayudar a la energía, el Texto debe ser leve, recordemos que estamos hablando de estructuras energéticas, espirituales y mentales, tejiendo sus tramados  en el aire. El Estado es la estructura, los puntos de apoyo, físicos, energéticos y respiratorios en armonía de una forma activa e intuitiva. Al Estado también se llega por la repetición. Para eso está la partitura, en la que el texto es nada más que una acción física, tal vez el mejor tratado sobre esto sea el capítulo  llamado Atletismo Afectivo de " El  Teatro y su Doble " de Antonin Artaud. português -  O Texto é o inimigo do Estado? Não, é obvio que não! O Estado está en función do Texto, o Estado é para sustentar o Texto, é por isso que em contrapartida, para ayudar a energia, o texto deve ser leve. Sempre lembremos que estamos fa

M C Escher Drawing hands

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Imperdível Livros difíceis de achar DE GRAÇA!!!!

SIM!!!!! clicando aqui pode baixar através de rapidshare livros que todo estudante da vida gostaria de ter, pelo menos para ler uma frase. (A Imensa Minoria não acredita na quantidade de palavras ingeridas, Borges interpretando aos clássicos nos lembra que o universo inteiro está numa pétala de rosa). POR FAVOR USEM E ABUSEM. PODEM ESCREVER PEDINDO ALGUM LIVRO OU MATERIAL, SERÁ UM PRAZER PESQUISAR E COMPARTILHAR, A VIDA É ISSO. A Poética (+ ou - 500 A.C) Autor Aristóteles (formato pdf) Neste livro de 2.500 anos o autor ( e os miles de tradutores) explica a estrutura de um novo fenómeno chamado Teatro. Aristóteles continua sendo O Cara http://rapidshare.com/files/111016842/A_Poetica_-_Arist_teles.pdf.html Paradoxo sobre o comediante (1769) Autor Diderot (formato pdf) “Os comediantes impressionam o público, não quando estão furiosos, mas quando interpretam bem o furor. Nos tribunais, nas assembléias, em todos os lugares onde se quer ficar senhor dos espíritos, finge-se ora a cól

LEI Nº 9.529 DE 27 DE FEVEREIRO DE 2008 BH

DISPÕE SOBRE A SUBSTITUIÇÃO DE SACO PLÁSTICO DE LIXO E DE SACOLA PLÁSTICA POR SACO DE LIXO ECOLÓGICO E SACOLA ECOLÓGICA, E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. O Povo do Município de Belo Horizonte, por seus representantes, decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1° - O uso de saco plástico de lixo e sacolas plásticas deverá ser substituído pelo uso de saco de lixo ecológico e de sacola ecológica, nos termos desta Lei. Parágrafo Único - VETADOI, II, III e IV – VETADO Art. 2° - A substituição de uso a que se refere essa lei acontecerá nos estabelecimentos privados e nos órgãos e entidades do Poder Público sediados no Município. Art. 3° - A substituição de uso a que se refere essa lei terá caráter facultativo pelo prazo de 3 (três) anos, contando a partir da data de publicação desta Lei, e caráter obrigatório a partir de então. Art. 4° - VETADOI, II, III e IV – VETADO1° - VETADO2° - VETADO Art. 5° - VETADO Art. 6° - Fica o Poder Executivo autorizado a realizar campanhas educativas e de conscientiz

EDITORIAL N° 3 A Imensa Minoria

Não existem adultos. É uma mentira a divisão entre adultos e crianças, não se pode dizer que uma pessoa de 86 anos saiba mais que uma de 3 sobre o universo e seu mistérios. Conservamos uma ingenuidade à prova de bombas, continuamos acreditando em contos de fadas, onde há um bem e um mau e um final feliz: a última cartada da justiça.A nossa ingenuidade nos confunde, nos faz acreditar que com uma declaração basta para parar a violência no mundo. As leis são feitas pelos mesmos homens que as quebrantam, são votadas e escritas com a mesma mão que enfia a faca ou divide o pão. A “Lei” que existe nos tribunais e nos juizados, muitas vezes não vale rua afora, onde a “Lei da Vida” é mais poderosa. A Declaração Universal dos Direitos das Crianças, não é tão universal assim. Ela não representa todas as culturas nem todas as idéias e concepções sobre a infância do mundo e também não tem como ser aplicada em todos os casos. Proibir a fome não vai trazer o alimento; proibir a sede não purificará a

1° Princípio

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“Direito à igualdade, sem distinção de raça religião ou nacionalidade” A criança desfrutará de todos os direitos enunciados nesta Declaração. Estes direitos serão outorgados a todas as crianças, sem qualquer exceção, distinção ou discriminação por motivos de raça, cor, sexo, idioma, religião, opiniões políticas ou de outra natureza, nacionalidade ou origem social, posição econômica, nascimento ou outra condição, seja inerente à própria criança ou à sua família.

Poema de Khalil Gibran, do livro “O Profeta”

“Uma mulher que carregava o filho nos braços disse: ‘Fala-nos dos filhos’. E o profeta falou: Vossos filhos não são vossos filhos. São os filhos da vida por si mesma. Vêm através de vós, mas não de vós. E embora vivam convosco, não vos pertencem. Podeis outorgar-lhes vosso amor,mas não vossos pensamentos,porque eles têm seus próprios pensamentos. Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;pois suas almas moram na mansão do amanhã,que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho. Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós, porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados. Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas. O Arqueiro mira o alvo na senda do infinito e o estica com toda a sua forçapara que suas flechas se projetem, rápidas e para longe. Que vosso encurvamento na mão de Arqueiro seja vossa alegria. Pois assim como o Arqueiro ama a flecha que voa,ama também o arco que permanece estável.”

A INFÂNCIA E O TEATRO INFANTIL Parte I

por André Ferraz 1. Idéias de Infâncias A “infância” é uma categoria social que vem ganhando contornos e espaços diferentes ao longo dos séculos nas sociedades organizadas do mundo inteiro. Em sociedades da Europa da Idade Média, por exemplo, não havia grandes distinções sobre espaços públicos para crianças e sua educação era responsabilidade dos pais (geralmente das mães) e das demais pessoas que conviviam com elas. Não havia escolas nem áreas públicas dedicadas às diferentes faixas etárias que observassem as necessidades específicas de fruição e atividades sócio-culturais. Os trabalhos e divertimentos não tinham maiores especificidades no quesito “faixa etária”, e mesmo para aqueles que continham necessidades específicas relativas a força física ou a conteúdos de interesses mais “adultos” (como divertimentos sexuais, jogos de azar, lutas etc.) não havia algo que impedisse que crianças participassem dessas atividades, caso elas conseguissem executar tais tarefas, evidentemente. Inc

2° Princípio

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“Direito a especial proteção para o seu desenvolvimento físico, mental e social” A criança gozará de proteção especial e disporá de oportunidade e serviços, a serem estabelecidos em lei por outros meios, de modo que possa desenvolver-se física, mental, moral, espiritual e socialmente de forma saudável e normal, assim como em condições de liberdade e dignidade. Ao promulgar leis com este fim, a consideração fundamental a que se atenderá será o interesse superior da criança.

QUANDO O CIRCO PEDE SORRISO PARA FAZER RIR

por Viktor Waewell Você se coloca em posição de decidir o que vai fazer do seu dia. A coisa é simples, liga pra turma e diz que tá afim de ir ao circo. Encontra-se num bar, toma umas e sorri. Digo, divide a conta. Ou pede fiado.E viva o seu time de futebol, e vaia os políticos, e que vivam as mulheres bonitas. Assunto normal, da dia-a-dia, um fazendo graça pro outro. Os mais íntimos a conhecem como “conversa de bar”.De acordo com o programa da apresentação, o malabarista cospe fogo. Neste momento, você percebe que existe urgência em devolver ao mundo a cerveja que bebera. A vida é cheia de urgências. Algo parecido com uma garota de camisola te esperando na cama.Os palhaços conversam fiado e as crianças riem das cores. Os adultos... bem, é o fim da picada alguém não estar sempre sorrindo numa hora dessas. E os contorcionistas revelam-se fortes, carregando uns aos outros de um lado para o outro.Do lado de fora do circo, tem uma pessoa na bilheteria contratada especificamente para vende

Mão de Obra

por Eduardo Galeano Mohammed Ashraf não vai à escola.Desde que o sol sai até que aparece a lua, ele corta, recorta, fura, arma e costura bolas de futebol, que saem rodando da aldeia paquistanesa de Umar Kot para os estádios do mundo.Mohammed tem onze anos. Faz isto desde os cinco.Se soubesse ler, e ler em inglês, poderia compreender o texto que ele cola em cada uma de suas obras. "Esta bola não tem sido fabricada por crianças".

3° Princípio

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“Direito a um nome e a uma nacionalidade” A criança tem direito, desde o seu nascimento, a um nome e a uma nacionalidade.

A Função da Arte/1

por Eduardo Galeano Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar. Viajaram para o Sul. Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando. Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto o seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza. E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai: - Me ajuda a olhar!

PRIMEIROS DESENGANOS

por Alejandro Dolina Anos atrás um poeta chamado Manuel Mandeb enviou para a Secretaria de Cultura de seu país um projeto de livro didático para usar na primeira série. O nome desse livro prometia um universo onde a criança tivesse contato com os principais problemas metafísicos da humanidade: “Primeiros Desenganos”. Muitos educadores têm falado que “Primeiros Desenganos” carecia de propósitos pedagógicos. Isso é falso. Em muitas de suas páginas se promove a admiração de certas condutas. Acontece que tais condutas são precisamente aquelas que são repudiadas pelos livros infantis convencionais. Elogia-se matar aula, despreza-se a aplicação, duvida-se da higiene e se celebram as desordens. Tem contos, poesias, notas e canções, entre as que surpreendem, o sambinha “Se cobra e me traz o troco”. Vamos transcrever alguns textos.

4° Princípio:

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“Direito à alimentação, moradia e assistência médica adequadas para a criança e a mãe” A criança deve gozar dos benefícios da previdência social. Terá direito a crescer e desenvolver-se em boa saúde; para essa finalidade deverão ser proporcionados, tanto a ela, quanto à sua mãe, cuidados especiais, incluindo-se a alimentação pré e pós-natal. A criança terá direito a desfrutar de alimentação, moradia, lazer e serviços médicos adequados.

A INFÂNCIA E O TEATRO INFANTIL parte II

por André Ferraz 2. Aspectos sobre o gênero “Teatro Infantil” Existem certos aspectos que são comuns em quase todos os espetáculos infantis, a saber: duração aproximadamente de 40 a 50 minutos; linguagem corporal ágil e estilizada, com jogos de cena geralmente lúdicos; textos falados relativamente curtos em relação ao texto cênico total da peça; humor sempre presente, mesmo em temas dramáticos; músicas pontuando grande parte das cenas; figurinos e cenografia estilizados e coloridos; e em caso de palco à italiana, iluminação bastante colorida (poucos jogos de claro e escuro, com raras exceções). Ou seja, existem características específicas na produção do teatro infantil contemporâneo que o senso comum reconhece como sendo próprios de uma linguagem adequada para as crianças. O que, obviamente, não significa dizer que espetáculos que não se enquadrem nessas características não agradem a determinadas faixas etárias. Além disso, os aspectos que concernem à atuação cênica é, em muitos casos,

PRIMEIROS DESENGANOS

por Alejandro Dolina Lição 8 Os Deveres de Pedro Pedro senta nas últimas cadeiras da sala, como corresponde a uma criança que rejeita a educação e a proximidade dos poderosos. As conspirações dos “baixos fundos” nunca o acham alheio. Procura o risco das transgressões e a companhia dos mais beligerantes. Têm vezes que é tentado pelo estudo e a inteligência. Então, como quem aceita um desafio, encara o destino e resolve difíceis problemas de regra de três e faz os ditados sem nenhum tropeço. Um dia a professora acaricia–lhe o cabelo e ele pensa: “Ai, professora, se soubesse como gostaria de da-lhe uma flor e um beijo”. Mas Pedro sabe quem é e conhece seu dever e seu destino. Com um drible se distancia do afeto inoportuno e vai procurar a glória lá no fundo, onde os malandros capricham rebolando tinteiros para que se cumpra melhor o divino propósito do Universo.

5°Princípio

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“Direito à educação e a cuidados especiais para a crianças física ou mentalmente deficientes” A criança física ou mentalmente deficiente ou aquela que sofre da algum impedimento social deve receber o tratamento, a educação e os cuidados especiais que requeira o seu caso particular.

PRIMEIROS DESENGANOS

por Alejandro Dolina Lição 23 As Crianças Precoces Algumas crianças dão fruto cedo, não nego. Seus pais se orgulham e os exibem entre seus familiares e conhecidos, até no cinema e na televisão.Me atrevo a pensar – porem – que não toda precocidade é um bom augúrio. Empecemos por dizer que existem adultos bondosos, agudos, valorosos o geniais. E também existem adultos medíocres, hipócritas, pomposas e canalhas. A criança precoce recebe a visita antecipada de alguns rasgos da “adultez”.Alguns tocam piano como experts profissionais, outros aprendem línguas, desenham ou possuem a ciência. Mas há crianças cuja precocidade consiste em adquirir antes de tempo o tom vazio e protocolar das conversas de sala de espera, e aprendem aos seis anos a filosofia dos tolos satisfeitos. Também repetem a linguagem das revistas e fazem suas as respostas das matérias mais vulgares. Lógico que tem muitas pessoas que acham que isso é a sabedoria, mas eu digo que mais sábias são as crianças que observam com re

A INFÂNCIA E O TEATRO INFANTIL Parte III

por André Ferraz 3. A Análise Ativa como um caminho possível para o ator no Teatro Infantil Uma possibilidade para lidar com a especificidade na atuação para o Teatro Infantil é trabalhar, desde a gênese do espetáculo, com exercícios de improvisação com base nas ações físicas e verbais construídas a partir de estudos detalhados da história a ser encenada, criando, com isso, maior organicidade no jogo cênico. Existem diversos “métodos” possíveis para alcançar tal propósito, mas o mais importante é descobrir o que toca de verdade os criadores que irão trabalhar com esses métodos. A Análise Ativa – método criado pelo diretor e teatrólogo russo Constantin Stanislavski - apresenta-se como um das propostas possíveis para alcançar essa relação orgânica com o texto cênico e falado e, conseqüentemente, com o público.A busca da “verdade” sempre impulsionou Stanislavski e isso o fez navegar por mares teatrais bastante diferentes. Na Análise Ativa o ator busca, a partir de si mesmo (sem constru

6° Princípio

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“Direito ao amor e à compreensão por parte dos pais e da sociedade” A criança necessita de amor e compreensão, para o desenvolvimento pleno e harmonioso de sua personalidade; sempre que possível, deverá crescer com o amparo e sob a responsabilidade de seus pais, mas, em qualquer caso, em um ambiente de afeto e segurança moral e material; salvo circunstâncias excepcionais, não se deverá separar a criança de tenra idade de sua mãe. A sociedade e as autoridades públicas terão a obrigação de cuidar especialmente do menor abandonado ou daqueles que careçam de meios adequados de subsistência. Convém que se concedam subsídios governamentais, ou de outra espécie, para a manutenção dos filhos de famílias numerosas.

A CASINHA DA ÁRVORE À JAULINHA DO ZOOLÓGICO

Por Cidres Lopes É interessante o universo das crianças, elas vivem sem se preocupar com seus direitos, na verdade, cuidar dos direitos das crianças é um dos deveres do adulto (se é que ainda existem adultos). Sei lá. Prossigamos a prosa, o “10° Princípio da Declaração dos Direitos da Criança” diz que “elas têm direito a proteção contra atos que possam causar discriminação racial, religiosa ou de qualquer outra natureza” (reparem que todas essas coisas são causadas pelo homem, o mesmo que faz a lei e que esquece de cumpri-la). “E que a criança deve ser criada em um ambiente de compreensão, de tolerância, de amizade entre os povos, de paz, de fraternidade universal e em plena consciência, que seu esforço e aptidão devem ser postos a serviço de seus semelhantes”.Dizem que a lei - seja ela como tratado, como normativa interna ou declaração universal - é cega. Porque ela não vê as diferenças na hora de ser aplicada. Pelo menos isso seria o ideal, quando existe a possibilidade de ser aplica

7° Princípio

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“Direito á educação gratuita e ao lazer infantil” A criança tem direito a receber educação escolar, a qual será gratuita e obrigatória, ao menos nas etapas elementares. Dar-se-á à criança uma educação que favoreça sua cultura geral e lhe permita - em condições de igualdade de oportunidades - desenvolver suas aptidões e sua individualidade, seu senso de responsabilidade social e moral. Chegando a ser um membro útil à sociedade.O interesse superior da criança deverá ser o interesse diretor daqueles que têm a responsabilidade por sua educação e orientação; tal responsabilidade incumbe, em primeira instância, a seus pais.A criança deve desfrutar plenamente de jogos e brincadeiras os quais deverão estar dirigidos para educação; a sociedade e as autoridades públicas se esforçarão para promover o exercício deste direito.

QUEM SOMOS?

Um Conto de Fábio Dias Era um senhor rico, de cabelos alvos, costeleta bem feita e olhos azuis. Apesar de possuir muitas rugas no rosto não era velho, aproximava-se dos seus 50 anos. Pensava já ter passado por quase tudo nessa vida. Vivia feliz com a sua esposa e filho em uma confortável casa de dois andares, de onde se podia observar todo o canavial e o belo crepúsculo atrás das montanhas.Nesta noite acordara com um sobressalto. Tivera um pesadelo. Correu até a cozinha, pegou um pouco de chá de jasmim e sentou-se em sua rede na sacada do segundo andar. A lua brilhava prata no céu. Às duas horas da manhã, a noite apresentava um brilho de seis e meia da noite. Sua vida feliz, confortável e bem-sucedida, escondia um passado miserável em frente a fornos de carvão. Começara a trabalhar aos quatros anos de idade para ajudar a velha mãe viúva, da qual se lembra apenas de uma sombra de cabelos grisalhos, com mãos magras, poucos dentes na boca e um perfume de pinho queimado. Tivera pouco conta

Celebração da Fantasia

por Eduardo Galeano Foi na entrada da aldeia de Ollantaytambo, perto de Cuzco. Eu tinha me soltado de um grupo de turistas e estava sozinho, olhando de longe as ruínas de pedra, quando um menino do lugar, esquelético, esfarrapado, chegou perto para me pedir que desse a ele de presente um caneta. Eu não podia dar a caneta que tinha, porque estava usando-a para fazer sei lá que anotações, mas me ofereci para desenhar um porquinho em sua mão.Subitamente, correu a notícia. E de repente me vi cercado por um enxame de meninos que exigiam, aos berros, que eu desenhasse em suas mãozinhas rachadas de sujeira e frio, pele de couro queimado: havia os que queriam um condor e uma serpente, outros preferiam periquitos ou corujas, e não faltava quem pedisse um fantasma ou um dragão.E então, no meio daquele alvoroço, um desamparadozinho que não chegava a mais de um metro do chão mostrou-me um relógio desenhado com tinta negra em seu pulso:– Quem mandou o relógio foi um tio meu que mora em Lima - d

8° Princípio:

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Direito a ser socorrido em primeiro lugar, em caso de catástrofes A criança deve - em todas as circunstâncias - figurar entre os primeiros a receber proteção e auxílio.

A PRIVATIZAÇÃO DO TEATRO INFANTIL

por Germán Milich A Privatização não da para enxergar nem encostar e muitas vezes não fica claro falando assim tão tecnicamente: o quê é “privatizar o Teatro Infantil”? Como é isso possível? Primeiro temos de ir ao início do assunto, talvez não seja um mau negócio montar uma peça... 1 Introdução Nestas épocas de pouca fé, a montanha não vai a Maomé, os pães e os peixes não se multiplicam e o único milagre que existe é o de transformar qualquer necessidade em produto. A educação, por exemplo, pode ser um direito ou um produto. A diferença é subjetiva, se o sujeito não pode pagar é um direito; se o sujeito pode pagar é um produto. Com certeza você sabe que existem escolas que tomam conta da formação de crianças que têm a possibilidade de pagar uma mensalidade, porque é muito provável que você seja uma das pessoas que manda seu filho a um colégio particular. É ou não é? Então com certeza também sabe que temos dois tipos de ensino: um chamado de “Público”, que atende um direito post

A ARTE PARA AS CRIANÇAS

por Eduardo Galeano Ela estava sentada numa cadeira alta, na frente de um prato de sopa que chegava à altura de seus olhos. Tinha o nariz enrugado e os dentes apertados e os braços cruzados. A mãe pediu ajuda:– Conta uma história para ela, Onélio - pediu. – Conta, você que é escritor...E Onélio Jorge Cardoso, esgrimindo a colher de sopa, fez seu conto: – Era uma vez um passarinho que não queria comer a comidinha. O passarinho tinha o biquinho fechadinho, fechadinho e a mãezinha dizia: “Você vai ficar anãozinho, passarinho, se não comer a comidinha”. Mas o passarinho não ouvia a mãezinha e não abria o biquinho...E então a menina interrompeu:– Que passarinho de merdinha – opinou.

9° Princípio:

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“Direito a ser protegido contra o abandono e a exploração no trabalho”- A criança deve ser protegida contra toda forma de abandono, crueldade e exploração. Não será objeto de nenhum tipo de tráfico.Não se deverá permitir que a criança trabalhe antes de uma idade mínima adequada; em caso algum será permitido que a criança dedique-se, ou a ela se imponha, qualquer ocupação ou emprego que possa prejudicar sua saúde ou sua educação, ou impedir seu desenvolvimento físico, mental ou moral.

O ESPETÁCULO PARA CRIANÇAS*

(de Pierre Leenhardt) *(Cápitulo VII do livro “A criança e a expressão dramática”. Tradução portuguesa do original francês, da Editorial Estampa, 1974, p. 95 e 96. O original foi publicado um ano antes, ou seja, 33 anos se passaram... algo mudou? Talvez só a última frase...). Léon Chancerel perguntou um dia para Stanislavski: “Como é que devemos representar para as crianças?”. “Como para os adultos, mas melhor!”, teria respondido o mestre. Imaginemos por instantes que este belo preceito é convictamente admitido e seguido pelas pessoas ligadas ao teatro, e teríamos decerto a esperança de ver grandes artistas dedicarem-se ao espetáculo para crianças, os atores mais dotados e conscientes considerarem um dever trabalhar para um público que exigiria tanto, as investigações mais conseguidas encontrarem nele o seu terreno de eleição. Infelizmente, nada disto acontece, e o teatro infantil tem muita dificuldade em se afirmar com a mesma nobreza de uma arte adulta.Todo e qual
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A CRIANÇA QUE FOI A MENOS

por Alejandro Dolina A professora Claudia perguntou a Ferro:– Ferro, quem fundou a cidade de Assunção do Paraguai?Ferro o ignora e o confessa, a Professora tenta por outros rumos.– Tissot.– Não sei professora – lamenta-se Tissot.– Rossi, pode responder? - pergunta a professora.Silêncio. O ambiente fica pesado porque todos sabemos que isso foi ensinado pela professora Claudia no dia anterior.– Fagúndez.Nada. A professora Claudia olha para a turma sem esconder a sua decepção.Frezza, o “tano” Frezza, sabe, de algum modo misterioso, a resposta. É estranho o caminho que seguem as noções: acostumam ficar onde a gente menos pensa, e por algum mistério do destino, Frezza sabe com exatidão a data da fundação e o nome do fundador.A voz da professora Claudia continuava.– Nuñez. Lopez. Dall'Asta.Ninguém sabe a resposta. Frezza espera, folgado, sabe que levantar a mão para responder é coisa de puxa sacos.A professora Claudia tenta com as meninas e pronuncia o nome que Frezza ama. Frezza está mu

UMA BRIGA

por Alejandro Dolina Empurraram-me na saída. Teve um tumulto e, depois de uma rápida pesquisa, fiquei de frente com Carlinhos.Foi você? – perguntei.Formou-se uma roda. Alguém gritou:– Bate nele. Meninas aterradas se somaram ao grupo.Carlos ficou vermelho. Mão cruéis o empurraram para mim. Zezinho, falso chefe e sujeito que dá medo, me olhando, disse:– Vai... ou tá com medo?Então parti a boca de Carlinhos de um soco e agora sei que sou o covarde.Primeiros Desenganos não foi aprovado pelas autoridades escolares. Pode-se afirmar que poucas crianças conseguiram lê-lo. Porém, como se alguém lhes passasse preceitos secretos, ainda hoje, no tempo dos Refutadores de Lendas, há crianças que continuam sentadas nas últimas cadeiras e também há homens que, já longe da escola, se afastam das vantagens e oportunidades fáceis.A estes do Fundo, aos que podendo sentar-se na primeira fila a rejeitam, aos que não são exemplos de conduta, aos espíritos lunares, aos alunos de coragem e honra que com certez
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fonte da imagem "Gente em seu sitio" de Quino, criador de Mafalda, Editora Lumen Expediente N°2: Direção Geral: Germán Milich – O Tigre Revisão Final e Jornalista Responsavel:André Ferraz - O Samurai (DRT nº 3244) Assistente de Revisão: Débora VieiraConselho Editorial deste número: Mariana Muniz (coord.), Assis Vidigal, O Tigre e O Samurai Programação Visual: Fred Brottrel Arquivo e Memória: Gyuliana Duarte Equipe fixa: Germán Milich - O Tigre; Pedro Gondim – O Antropos; André Ferraz – O Samurai; e Gyuliana Duarte – Xuleta. Colaboradores neste número: Mariana Muniz, Assis Vidigal, Débora Vieira, Diogo Horta, Hortência Maia, Mariana Vasconcelos, Pedro Murad e Tereza Gontijo (integrantes da LPI-BH - Liga Profissional de Improvisação de Belo Horizonte); Romero Freitas (professor do curso de Filosofia da UFOP); e Dudude Herrmann (integrante da Benvinda Cia. de Dança). Textos utilizados: “Rastros” e “Errata (Teologia 3)”, ambos de Eduardo Galeano traduzidos por Germán Milich.

EDITORIAL N°2 Match de improvisação

1) Quem disse que nós decidimos algo na vida? Isso a que chamamos de destino, acaso, futuro ou, mais secamente, probabilidades, é a mesma coisa: o desconhecimento do nosso inevitável fim. Não existem infinitas possibilidades, existem infinitos palpites sobre qual será essa única possibilidade que acabará acontecendo. A música se manifesta só para quem pode ouvi-la, da mesma forma a improvisação só é possível para quem ignora seu futuro. 2) Existiu - pelo menos na imaginação de um povo - um animal chamado Hidra, que tinha muitas cabeças: quando uma delas era decepada, surgiam duas novas. Com o significado das palavras acontece o mesmo: “Improvisar” (que vem de “prover de dentro”) é um verbo, uma ação que acontece. Mas, o que significa? Para alguns é dar um jeito, fazer uma malandragem; tem quem ache que é o que faz um ator quando esquece o texto; outros a confundem como um sinônimo de gambiarra... pois bem, voltando à Hidra: dizem que, dentre todas as suas caras, uma é a mais verd

SOBRE BOBOS, HUMORISTAS E FILÓSOFOS

Por Romero Freitas (Profº. de Filosofia da UFOP) Há uma imensa minoria de humoristas filósofos no mundo. Mas eles não são vistos como filósofos. Eles aparecem no lugar errado: estão no palco e não entre os livros. Desde a Grécia existem também os filósofos humoristas, outra imensa minoria, feita de alguns célebres desconhecidos. Esses humoristas também aparecem no lugar errado: estão nos livros de filosofia, lugar usualmente inadequado para se contar piadas. Por isso, o aluno de filosofia se assusta ao encontrar um piadista como Diógenes, o Cão , na companhia de um sujeito sério como Aristóteles. Mas o admirador de Millôr Fernandes talvez se espantasse ao ver o seu herói cômico incluído no grupo dos filósofos, esses homens supostamente sérios, melancólicos e contemplativos.─ Mas os filósofos não são realmente homens sérios, melancólicos e contemplativos?─ Na verdade, são. E é por isso que alguns deles fazem piada. Eu coloquei aquele “supostamente” para tentar tornar o meu trabalho ma

QUEM DISSE QUE POLÍTICO NÃO IMPROVISA?

Por Assis Vidigal – ator e improvisadora da LPI-BH A situação dada é:Uma cueca cheia de dólares: Improvisa aí!No banheiro uma maleta com 60 mil dólares: Improvisa aí! A Improvisação é um lugar muito propício para presenciarmos fatos absurdos e é justamente isso que faz com que os espetáculos sejam reconhecidos como ágeis, divertidos e surpreendentes. Logo após os espetáculos as pessoas chegam dizendo que não conseguiriam nunca ser improvisadores porque para tal deve-se ter muita imaginação. E a gente sempre diz: “Que é isso?! Todo mundo tem imaginação de sobra!”. O que realmente é verdade. Haja vista nossos políticos! Ultimamente os fatos mais interessantes e “surpreendentes”, que a meu ver só poderiam acontecer em improvisações com excelentes atores, são os que tenho presenciado na política brasileira e mundial. O triste é que logo quando a história está ficando inacreditavelmente boa, nossos políticos não sabem como continuá-la! O problema é que eles não são bons atores! Não leram

A NOVELA DE ADÃO EM CINCO CÁPÍTULOS

Capitulo I - A Criação por Germán Milich (a exceção do Capítulo V, que é um texto de autoria de Eduardo Galeano) Voz em off - Depois de criar Adão, Deus disse a ele: Deus – Vai, Adão, tudo o que vês é teu, mas o que não vês não te pertence. Se tua é a fruta a semente é minha, se tua é a árvore a raiz é minha, se teu é o rio a chuva é minha. Combinado? Adão - Tá limpo, Pai. Deus - Lembra que és livre para fazer o que é certo, OK? Adão - Pode crer! Deus - Ama ao próximo como a ti mesmo. Adão - Eu não tenho próximo, Pai. Deus – Ah, é mesmo! Adão - (com receio) Você vai fazer mais bonecos de barro? Deus - Andei pensando... Adão - (chorando) Não Pai, faz não! Deus - Calma Adão, ainda não resolvi, calma. Me escuta. Se liga na parada que aqui embaixo da terra a uns 15 ou 20 quilômetros vive um meio parente teu, bem canastrão, que está de sacanagem. Adão - Eu bato nele! Deus - Ele é bem mais forte que você. Adão - E que você? Deus - Não! Eu existo para todo o universo, ele existe s

IMPROVISADOR - PRIMEIRAS NOÇÕES

Por Tereza Gontijo – atriz e improvisadora da LPI-BH Improvisador - primeiras noções I: Pode parecer estranho quando, se me perguntarem o que faço, eu disser: sou improvisadora. A princípio, eu mesma me pergunto por que essa distinção, entre ser ator e ser improvisador. Talvez seja mesmo uma linha muito tênue que separa essas duas noções, mas só sendo parte desses dois mundos para entendê-la.Ser improvisador é como ser palhaço. É mudar o olhar sobre a vida, e sobre como lidar com tudo isso que vai à nossa volta. É ser dentro e fora de cena.O improvisador precisa estar atento ao que acontece no caminho da padaria, na fila do ônibus, nas linhas do jornal. Precisa se alimentar de vida, desde os pequenos detalhes aos fatos que correm o mundo, precisa juntar todas as bagatelas e badulaques que encontrar para que, em algum momento, possa se utilizar delas. É como um catador de lixo, que não sabe exatamente o que são todos aqueles trecos que leva, mas que, de alguma forma, lhe serão útei

IMPROVISAÇÃO – UM LUGAR DE FRESCOR E RISCO

Por Dudude Herrmann – bailarina, coreógrafa e diretora da Benvinda Cia. de Dança O artista da cena ao longo de seu aprendizado apreende conceitos, idéias, modos de fazer, adquirindo ferramentas para o acontecimento em cena e da cena.A opção pela linguagem da improvisação está sempre associada ao risco, ao desafio, ao desapego e à entrega da ação no ato da criação, simplesmente atados ao campo do real momento do acontecimento. Efêmero e intenso, tornando-se inesquecível à nossa percepção.Habilidades da escuta, constante procura da invenção no pensamento direto com as coisas e os seres animados, o espaço fala todo o tempo.E o que pode vir a ser espaço?Tudo que lá está, inclusive você. Mas o que é tudo?Podemos discorrer sobre freqüências, intensidades, potências, ou talvez as coisas que são invisíveis, as linhas de força.Improvisação em dança: podemos ter várias estratégias de ação, mas a primeira e fundamental, para mim, é o “desaprontamento”, desaprontar para poder estar.Não podendo

E O APITO TOCA!

Por Pedro Murad – ator e improvisador da LPI-BH ENTÃO... o apito toca! O improvisador, a pista de jogo e o público ficam suspensos, intocáveis por um segundo. É o tempo que se leva para atravessar a linha divisória da área de jogo. Alguma história começará inevitavelmente. Está armada a grande jogada da partida: a improvisação. E o improvisador, vestido de jogador, deve ganhar o ponto. É o seu objetivo maior. Esta é a marca de um jogo, a disputa por pontos. Ora, o improvisador é um pequeno deus e como tal não cabem vestimentas que poderiam restringi-lo de alguma forma. O jogo é assim um catalisador, ou deveria sê-lo. E os times são dois agrupamentos apenas. Quando aquele apito toca e o juiz dá a permissão, o improvisador deve cumprir sua missão. Ganhar o ponto. Mas contar uma boa história é estar aberto para o adversário. É estabelecer uma comunicação real com o time rival. É uma construção a dois. Assim o jogador se despe de jogador e volta a ser o João Maria. Ele, sim, deverá se d
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fonte "Homens de bolso" Editora Lumen Quino

O PODER DA IMAGEM

Por Assis Vidigal – ator e improvisador da LPI-BH No início era o verbo, logo depois Deus o fez e então virou IMAGEM. Por exemplo “gritar”, surge em minha memória um quarto de criança com uma luz baixa, uns brinquedos revirados pelo chão, umas prateleiras altas pregadas nas paredes que abrigam bonecos antigos, alguns quebrados, que foram dos meus pais. Do meu lado direito uma janela semi-aberta com uma cortina esvoaçante e um vento frio uivoso, assustador. Coloco-me na imagem de um menino de seis anos de idade. Tenho um urso de pelúcia do meu lado e quando vou segurar em sua mão ele mostra seus dentes afiados para mim. Grito.Tudo isso acontece em segundos, uns 10 ou 20. O público não consegue enxergar exatamente tudo aquilo que vejo, mas pequenos detalhes denunciados por mim fazem com que cada pessoa da platéia crie um universo único utilizando as imagens das suas próprias vidas.Às vezes vejo improvisações muito interessantes que conseguem me convencer completamente que algo está acont

QUANDO MOSTRAMOS O QUE QUEREMOS ESCONDER

Por Mariana Vasconcelos - atriz e improvisadora da LPI-BH Pra mim, improvisar é estar cara a cara com tudo o que eu queria esconder.É estar diante de mim, do que sou e aceitar o tempo todo as minhas limitações e fragilidades que nem sei descrever. De repente, descubro que não sou tão equilibrada e tranqüila comigo mesma como eu pensava ser. Vejo-me tendo que superar todas as minhas falhas históricas que a minha educação fez o favor de conceder. Traumas, sentimentos e atitudes que estão em mim, querem sair, precisam sair para que eu tenha alívio e consiga me divertir da maneira que deve ser. Meu trabalho exige essa diversão, que com ela, livre de qualquer impedimento emocional eu possa me jogar e estar por inteiro propiciando ao público o prazer que sentem em nos ver. Às vezes fico com a voz entalada, mas ela precisa sair. Porém não fora acostumada, pois durante muitos anos da minha vida ela se calava, não dizia uma palavra, apenas engasgava. Pergunto-me então pra que tanto sofrimento.

Capítulo II - A Serpente

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Voz em off - Adão foi caminhar pelo Jardim do Éden e de pronto viu uma formosa serpente com asas que, voando, chegou perto dele. Adão - Que animal mais bonito! Alto aí, eu sou o Rei pensante dos animais, o herdeiro de Deus, o imperador deste planeta. Serpente - Você não existe. Adão - Como eu não existo? Serpente - Não estou ouvindo! Adão - Quem é você? Serpente - Não tem ninguém aí, não estou ouvindo nada. Adão – Obedece a teu Rei. Serpente – O que me faltava: ter alucinações de macacos erguidos. Adão - Eu não sou um macaco, eu sou um homem, o topo do topo da cadeia alimentar. Serpente – Você existe mesmo? Adão – Sim. Serpente - Você é o famoso Adão? Adão – Sou. Sepente – Prazerão, eu sou Lilith. E aí, está gostando daqui? Adão – Sim, e tudo o que vejo é meu. Serpente – Como assim é teu? O Velho liberou tudo? Adão – Tudo tudo não. Aquele cantinho de mato lá é o único lugar que eu não posso entrar. Serpente – Lógico, tudo tem um limite. Adão – Como assim? Serpente –