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Mostrando postagens de abril, 2007

El Estado y el Texto / O Estado e o Texto

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español -  Es el texto el enemigo del Estado. ¡No, por supuesto que no! El estado está en función del Texto, el Estado es para sostener el Texto, es por eso que en contrapartida para ayudar a la energía, el Texto debe ser leve, recordemos que estamos hablando de estructuras energéticas, espirituales y mentales, tejiendo sus tramados  en el aire. El Estado es la estructura, los puntos de apoyo, físicos, energéticos y respiratorios en armonía de una forma activa e intuitiva. Al Estado también se llega por la repetición. Para eso está la partitura, en la que el texto es nada más que una acción física, tal vez el mejor tratado sobre esto sea el capítulo  llamado Atletismo Afectivo de " El  Teatro y su Doble " de Antonin Artaud. português -  O Texto é o inimigo do Estado? Não, é obvio que não! O Estado está en función do Texto, o Estado é para sustentar o Texto, é por isso que em contrapartida, para ayudar a energia, o texto deve ser leve. Sempre lembremos que estamos fa

Editorial .0

Estamos nos separando cada vez mais numa guerra de vaidades onde todos somos inimigos. Na rua sobrevivemos e nas nossas casas dormimos na indiferença. A vida é uma causa esquecida que diariamente nos vence. Temos perdido o hábito de pensar porque sabemos que não vale a pena, pois não acrescentará nenhum metro à nossa existência. No país da alegria a fome faz a sua festa enquanto devora tudo a seu passo. O tempo avisa que no futuro está teu último minuto. Tudo nos indica que devemos abandonar a luta. Morrer em vida, transcorrer sem glória. Mas contra esse universo indiferente que nos cria para deixar-nos morrer, resistimos enquanto temos oxigênio, caminhamos praças, beijamos na boca de amores proibidos, reproduzimos nossos pais em cada filho, respiramos a natureza de uma vez e quando não são suficiente nossos olhos, chamamos algum amigo para que nos ajude a enxergar tanta beleza neste mundo, que contra tudo o que pensamos, ainda é um paraíso. Por alguma razão secreta, até para nós, desc

O Esquecimiento

(El Olvido) por Carlos Terzaghi (Professor de História Social do Teatro daEscola Municipal de Arte Dramático de Montevidéu) Os atores são essencialmente exibicionistas: vivem de se mostrar, gostar e se vender. Embora ninguém pague, bebem com fruição o licor do aplauso e a aceitação. Parecido com as prostitutas, embora essas meninas estejam mais perto da linha de Grotowski (por esse negócio de pouco público). Ávidos de reconhecimento, aos atores de teatro é negado o beneficio da posteridade. Das muitas desgraças que afligem a esses artistas, existe uma em particular: eles serão esquecidos. Arte volátil a arte do ator; a desfrutam ou sofrem sós os públicos que são contemporâneos a eles. Depois, vagas lembranças, anedotas, difamações (muitas vezes consomem em vida as difamações). Isso é bom. Um ator difamado perdura mais. Talvez as difamações sejam verdadeiras. Talvez. Uma história da literatura dramática de 1.000 páginas pode ser só uma introdução; uma história da arquitetura teatral

A Criança Perdida

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por O Tigre Não compreendo o ser humano, começando comigo. Por que será que a gente cresce e vira essa coisa tão chata e sem graça que é o adulto? É como o processo contrário da borboleta. Um dia vi num documentário uns mergulhadores que pescavam golfinhos. Era de não acreditar: os caras iam e começavam a brincar com os golfinhos e brincando, brincando, conduziam eles até uma rede que os tirava da água e depois tudo aquilo: facas, sangue e a morte apagando a incompreensão dos bichinhos. Normal, isso é coisa de todo dia, o homem usa a traição, a violência, a mentira e tantas outras “malandragens” como ferramentas de trabalho. Não é brincadeira, é sério, isso é ser adulto, meu filho! Se você não pega, pegam de você! Não é que eu acredite nisso, eu sou contra, aliás, acho ruim, mas você tem que ficar esperto porque ninguém dá nada de graça. O mundo é mau, filho. Todos vão querer tirar vantagem de você. Brincando, brincando, vão querer levá-lo para a rede do mesmo jeito que o golfinho. É..

Inquietando - Saiu do Casulo

Contramanifesto do obituário poético por João Valadares A poesia é uma substância presente em quase todas as coisas. E é por isso que não pode ser taxada de reduto onde se esconde a sensibilidade. Não! Ela é mais do que isso! Está presente por toda parte, nos hospitais, nos celeiros, nos cemitérios, nos campos de futebol, dentro das geladeiras, na mais repugnante lata de lixo. Em cada mente, em seus diálogos internos, subjetivos, racionais, incoerentes, principalmente nos pensamentos incoerentes. Há aqueles que profetizaram: A poesia morreu! E de fato o mundo está estranho. Parece não haver tempo para palavras e versos, parece que temos muito sangue a derramar, guerras a começar e as namoradas parecem ganhar novos significados: se antes eram versos prontos, hoje não valem uma sílaba. Ainda assim, podíamos nos defender com Antonio Cícero, dizendo que “a poesia é exatamente o que torna o arbitrário necessário”; para ser mais enfático: a poesia é necessária, mesmo depois de morta. Mesmo q

O Grande Drama da Dramaturgia

Deus não o escreveu numa pedra, Moises não o aplicou a seu povo, na Bíblia nem aparece, mas a nós foi revelado no meio de uma conversa de boteco: Não sejas complexo inutilmente! por Natália Barud e Germán Milich Segundo nosso velho amigo Tchékhov, “o homem é o que ele acredita”. Pensamos que também é o que escreve. Em cada rascunho, em cada palavra rabiscada, mostramos a sociedade em que vivemos o passado que nos rodeia e talvez esse velho mistério chamado espírito. Quem será que escreve a nossa história? E o melhor de tudo, a única pergunta que realmente não tem resposta (e que com certeza não a acharemos aqui): Por que a escreveria? Todo dramaturgo cria os destinos de seus personagens, porque o grande sonho de todo homem é poder construir o seu próprio. O dramaturgo através do exemplo nos disse que pode ser, que é possível construir pelo menos parte de nosso futuro. O dramaturgo geralmente acredita em algo. Isso em que acredita é também o que tem a dizer. Uns dos principais perigos d

Perfil

Ítalo Mudado São poucos os que têm coragem de afirmar aos 76 anos de idade que nunca se apaixonaram na vida: “Sim, acho que a minha maior paixão foi pela arte” Há 60 anos Ítalo Mudado não muda. A casa antiga na rua Paracatu do Barro Preto é a mesma onde passou a juventude. È bem verdade que o número de moradores diminuiu consideravelmente; eram treze, quando se mudou, e hoje são apenas três. Nem por isso a harmonia deixou de habitar o lugar que funciona quase que como um refúgio de artistas e amigos. Assim também é a carreira artística de Ítalo Mudado que há 60 anos faz teatro do mesmo jeito. Um teatro “à moda antiga”, sem grandes segredos para preparação do corpo, sem soluções mirabolantes para os cenários, mas com uma preocupação incomum com a palavra, seus significados e conteúdos. Foi assim com o espetáculo Espectros, de Henrik Ibsen - que co-dirigiu e esteve em cartaz pela Campanha de Popularização do Teatro e da Dança - e é assim sempre. Quando vai ao teatro, Ítalo espe

Entrevista com Ione de Medeiros, diretora do grupo “Oficcina Multimedia”

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A Função da Arte Por Germán Milich Numa tarde de chuva cheguei à casa de Ione. O que vi foi um quartel geral de militantes da arte. Ione os comandava em silêncio e me recebeu com calma. Eu abri o jogo, a primeira coisa que disse para ela foi que não sou jornalista; a segunda, que tentaria não distorcer o que ela falasse; e a terceira, que a gravação da entrevista iria ficar a disposição do público no Centro de Referências do Galpão Cine Horto. Aceitei um café e começamos. A Imensa Minoria: Quando você fala de público, está se referindo a quem? Ione: A qualquer indivíduo que se desloca para ir ao teatro, sem discriminar ninguém. Não acredito na idéia de público alvo, porque quando falamos de público abarcamos desde crianças até idosos. Acho que não se deve afunilar nenhum espetáculo com o pretexto de que isso não é para esse público, porque se desvaloriza a capacidade de percepção intuitiva inconsciente. O imaginário do ser humano tem vezes que vai por caminhos impossíveis de padronizar

Páginas do Meio

por Germán Milich Falam os Leitores “A Proposta" Na semana passada fui numa peça. Um saco! Não compreendi nada, acho que dormi no meio. Quando acabou, pulei fora para continuar com a minha vida pessoal e privada, que não tenho porque dar satisfação a ninguém, mas estava chegando na porta e uns dos atores estava falando com um senhor sério. Foi aí que ouvi a famosa palavra “Proposta”. O ator estava dizendo que “infelizmente as pessoas não tinham compreendido a sua proposta”. Então é isso? Proposta? A primeira crítica: no teatro tudo é mentira, eu já sei, não precisa que os atores também saibam. Depois mímica, o teatro precisa é de mais mímica. No texto não deu para entender nada, eles falavam uma coisa e respondiam outra, mas o que mais me incomodou foi que não dava para compreender por que eles faziam o que faziam. A proposta era essa? A única que percebi foi que se não gosto ou não entendo estou errado. Por isso, da próxima vez, vou no futebol, que é uma proposta bem mais clara.

Da difícil arte de elaborar o óbvio

por Pedro Gondim Davis Eu, aluno de graduação do curso de ciências sociais, aprendi muito da arte de ser antropólogo com um tal Pedro Archanjo Ojuobá*, Doutor formado nas ruas, sem nunca ter entrado em uma universidade (a não ser pela “porta de trás”: era bedel da Faculdade de Medicina), viveu entre livros, mulheres e festas. Das sistemáticas anotações em seu pequeno caderno (que com certeza foram vários, sendo sempre o mesmo) tirou todo o sumo de sua obra. Meticuloso e devoto de seu trabalho, conseguiu organizar seus escritos em quatro volumes: A Vida Popular na Bahia, Influências Africanas nos Costumes da Bahia, Apontamentos Sobre a Mestiçagem das Famílias Baianas e A Culinária da Bahia – origens e preceitos, todos publicados a custo de muito suor, pouquíssimo dinheiro e apoio incondicional de certos companheiros. Na primeira metade do século XX, época em que se constituía o pensamento sociológico brasileiro, Archanjo abarcou em sua obra, mesmo sem uma base metodológica ortodox

In-Trevista

O que não é resposta para o que não é pergunta Por João Valadares Nesta seção vamos falar do artista a partir de sua obra. Retirar, de seus escritos, perguntas despretensiosas que, por pura insinuação, possam levá-lo até dentro de si mesmo. Nesse primeiro número, ainda com cara de editorial, caí na armadilha, imposta pelo editor, de entrevistar a mim mesmo. Talvez o que chamamos de loucura: que os poetas são todos loucos nós já sabíamos, o que não é muito comum é se encontrarem para dialogar nada mais do que devaneios. O que realmente assusta é encontrar nas maiores loucuras as mais derradeiras verdades. A emoção é ciência ignorada Meu coração é um cientista autodidata Aprendendo sozinho como se faz para não amar Ouvindo do canto da urbana cachoeira O segredo d’água na fonte recém-nascida: Vem dos homens a intenção formal de destruir. Pular da ponte num rio lindo Sair adiante no enferrujado encanamento de um esgoto O mesmo fluir de tóxicos e bactérias Envoltos nas pequenas moléculas de

Respeita Januário

por Glauco Mattos Oi, muito prazer (smack), sou a Música Popular Brasileira, ou mais para os íntimos, MPB. O que nós, da imensa minoria brasileira, podemos conhecer por música popular brasileira? Todas as músicas compostas, produzidas e gravadas em território nacional? Composições mais regionalistas, que retratam os estilos musicais de cada região do nosso país? Será que o folclore também faz parte da tal MPB? Queiram me desculpar leitores, mas infelizmente não tenho as respostas para perguntas tão perturbadoras e nem é meu objetivo com essa coluna esclarecer tais tipos de dúvidas. Não quero entrar em atrito com os pagodeiros, os funkeiros, os roqueiros, os axezeiros ou os “emepebezeiros”; pois é, dentro da música feita no Brasil, existe um estilo musical denominado mpb, é mais ou menos como a música popular brasileira em si mesma ou vice e versa; interessante não? Portanto, tentando evitar problemas, vou voltar a um “significado” criado no fim dos anos 90 por mim e por companheiros qu

Auto-Ajuda para Atores

Seu problema não é que VOCÊ SE QUER pouco, é que VOCÊ QUER SER muito Os livros de auto-ajuda tem prosperado muito e, sobretudo, auto-ajudado muito a seus autores que ficaram milionários. Nós que sempre queremos estar na vanguarda das correntes e movimentos e, em vista de que os atores do meio estão um pouco desanimados e deprimidos, queremos aportar alguns conselhos e opiniões para levantar a moral da galera. 1) Valori$e-$e – Fazer teatro, dedicar sua vida a ele é um sacerdócio, com a vantagem de que você pode beber, fumar, trocar de mulher ou de homem, em fim: desenvolver sua liberdade pessoal e manifestar suas forças autodestrutivas. Infelizmente, depois de ter gasto o nosso magro salário em entorpecentes, comida japonesa ou na Serra do Cipó, descobrimos que a nossa arte não é devidamente valorizada; 2) Não chore, quanto mais lágrimas derrame, pior – No País do Carnaval mais conhecido do mundo, pentacampeão, no país que está há vários milhares e pontos acima da fome zero, os gover