El Estado y el Texto / O Estado e o Texto

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español -  Es el texto el enemigo del Estado. ¡No, por supuesto que no! El estado está en función del Texto, el Estado es para sostener el Texto, es por eso que en contrapartida para ayudar a la energía, el Texto debe ser leve, recordemos que estamos hablando de estructuras energéticas, espirituales y mentales, tejiendo sus tramados  en el aire. El Estado es la estructura, los puntos de apoyo, físicos, energéticos y respiratorios en armonía de una forma activa e intuitiva. Al Estado también se llega por la repetición. Para eso está la partitura, en la que el texto es nada más que una acción física, tal vez el mejor tratado sobre esto sea el capítulo  llamado Atletismo Afectivo de " El  Teatro y su Doble " de Antonin Artaud. português -  O Texto é o inimigo do Estado? Não, é obvio que não! O Estado está en función do Texto, o Estado é para sustentar o Texto, é por isso que em contrapartida, para ayudar a energia, o texto deve ser leve. Sempre lembremos que estamos fa

A Criança Perdida

por O Tigre

Não compreendo o ser humano, começando comigo. Por que será que a gente cresce e vira essa coisa tão chata e sem graça que é o adulto? É como o processo contrário da borboleta.
Um dia vi num documentário uns mergulhadores que pescavam golfinhos. Era de não acreditar: os caras iam e começavam a brincar com os golfinhos e brincando, brincando, conduziam eles até uma rede que os tirava da água e depois tudo aquilo: facas, sangue e a morte apagando a incompreensão dos bichinhos. Normal, isso é coisa de todo dia, o homem usa a traição, a violência, a mentira e tantas outras “malandragens” como ferramentas de trabalho. Não é brincadeira, é sério, isso é ser adulto, meu filho! Se você não pega, pegam de você! Não é que eu acredite nisso, eu sou contra, aliás, acho ruim, mas você tem que ficar esperto porque ninguém dá nada de graça. O mundo é mau, filho. Todos vão querer tirar vantagem de você. Brincando, brincando, vão querer levá-lo para a rede do mesmo jeito que o golfinho. É... assim é a vida.
Eu sei, estou sendo irônico. Perdão. Tem vezes que me empolgo...
Estava falando das crianças. Porque há dias que me pergunto: estamos conduzindo-as para onde? Para que futuro? Desde quando, aliás, desde qual história? Em que ano do século XX não houve uma guerra no mundo? Em que dia? Se alguém sabe, por favor escreva para a redação porque no google não achamos essa data.
Depois de todo este caminho percorrido, perguntarão onde quero chegar, qual é o ponto da questão. Compreendo essa ansiedade, não correm boas épocas para a espera, necessitamos saber com exatidão o horário de chegada, o número da conta, a moral da história, o que esse cara acha que é. Nós, homens contemporâneos, investimos tempo que já não temos em responder perguntas impossíveis. Sabemos que uma dessas respostas é a Morte, mas como não nos convence muito, aliás, é inaceitável, ficamos na pesquisa, no aprofundamento. Enquanto isso, não vemos as respostas simples: dançarinas como fadas semi nuas, prontas para serem amadas. As perguntas que têm respostas são as que podem fazer a diferença. Então a pergunta que gostaria de responder é a seguinte: “Por que é tão importante fazer teatro para crianças?”.
Bom, a minha resposta, já que é isso é o que tenho a dizer, é a seguinte: nossa geração está perdida! Sem dramas, por favor, chega de apocalipses. Afrontemos a verdade aos olhos. Nós não somos melhores porque não podemos. Temos um limite natural que não nos deixa fazer bem as coisas. Nossa mente já está poluída, precisamos de carros para atrasar antes no trabalho, máquinas de lavar para limparmos nossas consciências, microondas para aquecer a solidão da manhã, dinheiro no banco para não ficarmos desvalorizados. Quanto mais sujo o rio, melhor a economia. Quanto mais desmatamento, mais energia elétrica. Do pensamento limpo fica só o canto das lavadeiras, os olhos das crianças e milhares de peixes mortos flutuando inutilmente.
Aquele velho preceito de que só as crianças são inocentes é mais que uma frase bonita. É a chave da nossa sobrevivência. Dizem que com os erros se aprende, mas temos aprendido muito pouco e errado demais na era do Planeta Homem. E o pior é que não conformados em entregar um mundo pouco habitável, uma humanidade degradada na sua relação com a Natureza, estamos também dando às crianças nosso principal presente: uma mentalidade suja.
Nossos empenhos devem estar dirigidos às crianças. Devemos invadir a cidade de cores, promulgar uma lei que obrigue a todo governante ter um conselho assessor de crianças, andar nus sem vergonha nem posses, correr pelas ruas limpas de fumaça e ódio, nadar em um mar de brinquedos que são de ninguém e de todos.
Já sei, estou sendo idealista... Perdão, empolguei de novo.


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