El Estado y el Texto / O Estado e o Texto

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español -  Es el texto el enemigo del Estado. ¡No, por supuesto que no! El estado está en función del Texto, el Estado es para sostener el Texto, es por eso que en contrapartida para ayudar a la energía, el Texto debe ser leve, recordemos que estamos hablando de estructuras energéticas, espirituales y mentales, tejiendo sus tramados  en el aire. El Estado es la estructura, los puntos de apoyo, físicos, energéticos y respiratorios en armonía de una forma activa e intuitiva. Al Estado también se llega por la repetición. Para eso está la partitura, en la que el texto es nada más que una acción física, tal vez el mejor tratado sobre esto sea el capítulo  llamado Atletismo Afectivo de " El  Teatro y su Doble " de Antonin Artaud. português -  O Texto é o inimigo do Estado? Não, é obvio que não! O Estado está en función do Texto, o Estado é para sustentar o Texto, é por isso que em contrapartida, para ayudar a energia, o texto deve ser leve. Sempre lembremos ...

Páginas do Meio

por Germán Milich



Falam os Leitores
“A Proposta"
Na semana passada fui numa peça. Um saco! Não compreendi nada, acho que dormi no meio. Quando acabou, pulei fora para continuar com a minha vida pessoal e privada, que não tenho porque dar satisfação a ninguém, mas estava chegando na porta e uns dos atores estava falando com um senhor sério. Foi aí que ouvi a famosa palavra “Proposta”. O ator estava dizendo que “infelizmente as pessoas não tinham compreendido a sua proposta”. Então é isso? Proposta? A primeira crítica: no teatro tudo é mentira, eu já sei, não precisa que os atores também saibam. Depois mímica, o teatro precisa é de mais mímica. No texto não deu para entender nada, eles falavam uma coisa e respondiam outra, mas o que mais me incomodou foi que não dava para compreender por que eles faziam o que faziam. A proposta era essa? A única que percebi foi que se não gosto ou não entendo estou errado. Por isso, da próxima vez, vou no futebol, que é uma proposta bem mais clara.
Carta de um vizinho do Bairro Horto
Horóscopo:
Boas noticias, os ascendentes de Júpiter não morreram este mês. A Lua está favorável para Escorpião entrar pela janela de Sagitário. Um número importante na sua vida: 8001. Novas experiências para Peixes, leve sombrinha, camisinha e vaselina na bolsa. Abril será para os Arianos o mês dos logros, se não alcançarem seus sonhos, só o ano próximo.
Classificados:
Precisa –se voluntário bilíngüe ou poliglota com interesse na etimologia para projeto de curto prazo. 8843 2121.
DICIONÁRIO TEATRAL
Contrapartida Social: f. Filantropia básica que devemos declarar em qualquer projeto de lei para ter uma chance de pegar o dinheiro.
Popularização: f. Ação e efeito de vender o mesmo ingresso para o mesmo espetáculo para o mesmo público pela metade do preço.
Público Alvo: m. Setor exclusivo da população a quem está dirigida a nossa proposta, tanto artística quanto econômica.
Teatro: sus. 1. - Arte performática que pertence a alguns produtores.
ext. 2. – Espaço físico que pertence a alguns produtores.

Adeus Nelly

Morreu no Uruguai, em 1º de março deste ano, a mestra Nelly Goitiño, uma das principais praticantes de um tipo de teatro quase esquecido: O Teatro Sagrado.

Nelly Goitiño foi uma Mestra que marcou a alma de varias gerações de atores. Combateu pela leveza do ator em cena da mesma forma que pelo esclarecimento dos casos de centenas de companheiros desaparecidos durante a ditadura uruguaia.

Ela disse, certo dia: “Cuide do seu trabalho como ator, o resultado da peça cuida de si próprio”. A polêmica que se criou ante esse fato foi a velha e nunca resolvida discussão que a imprensa adora: quando um ator faz uma peça é para que o público compreenda ou é para que o público não compreenda? Uma peça é para dar certo ou para dar errado? Para mim a resposta é clara: cuide do seu trabalho como ator.

Arturo Fleitas, ator e diretor do Grupo Galpón de Montevidéu, tentou várias vezes registrar a voz e os ensinamentos de Nelly. Ela nunca aceitou. Um Mestre sabe de sua morte e da necessidade de não perdurar além da sua existência, eles estão mais preocupados em descobrir o que o ser humano tem a dizer do que ouvir a sua própria voz.

"Sempre falam que primeiro vem a saúde, a casa, a comida e depois, muito depois, a Cultura. Eu sempre pensei que a cultura vem junto com essas coisas. O pão que se come sem alegria, sem todos os dons da cultura, é pão amargo”.
Nelly Goitiño.
Adeus Mestra.

Comentários

Laura Lopes disse…
Estava outro dia estudando Marcel Duchamp, suas obras e alguns escritos. Me remeteu à algo, logo vi, "A imensa minoria". Depois de ver o blog (já ansiosa para receber a revista), vim postar. Lá vai!
“Comprar um dicionário e riscar as palavras a riscar. Assinar. Percorrer um dicionário e riscar todos os termos «indesejáveis». Acrescentar talvez alguns outros. Às vezes substituir as palavras riscadas por uma outra."

Um grande abraço, Laura.

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